segunda-feira, 9 de julho de 2012

Um soneto...

O campo esverdeado, a bela serra
e a imensidão das águas que é coberta
pelo céu estrelado, coisa aberta,
que dá sentido à vida e à nossa Terra...

A neve mostra o claro (o céu não erra!),
mesmo o infinito escuro, que se oferta,
tem consigo a brancura bem desperta
que o mundo em paz converte e por quem berra!

Ditosas águas vão, aqui, passando
enquanto eu vou pedindo a primavera
para, co ela, colher frutos e flores...

Que harmonioso aroma que nascera
da benigna união, da qual estando
mudado os tempos, mudam-se os amores!

domingo, 1 de julho de 2012

Epigramas

Resolvo postar dois epigramas que escrevi faz já algum tempo (todos em decassílabo heróico), junto a um poema menor em redondilhas maiores (7 sílabas poéticas).

Epigrama: A uma moça
Quedamo-nos no estado mais modesto,
Aqui, nós dois, amantes sublimados!
Eu saio bravo, altivo e muito lesto;
Tu sais tensa, mas ambos saciados:
É que uma alma transpõe-se noutra envolta
Livre como o amor; como a dança... solta.

Epigrama: Mar Cáspio

Ó Cáspio, há mais versos p'ra escrever
Aí, na densidade do teu Mar?
Repousas na terra onde os lobos são
Homens! E tu te afliges poluído...
Mas dura pouco, ó Cáspio, volverás
Na amplidão hircânia onde o Homem jaz.


... (inspirado em Goethe)
Tão lindo o selar do dia
Vindo a noite nos deixar
Mulher cria a melodia
Na harmonia do luar
Alvorada, vens tão cedo!
P'ra noite não deixar medo?